o quê MMX me deixa de herança...

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

antes de qualquer coisa, digo obrigado a 2010.
mesmo com as inúmeras despedidas (e consequentes lágrimas) nos últimos seis meses, foi um ano repleto de surpresas.
boas surpresas.
gratas surpresas.
excelentes surpresas.

mas não me refiro aos sonhos antigos enfim foram realizados.
estes compõem outra cota de gratidão.
me dirijo a pessoas.
gente que me tocou de alguma forma.
cresci com elas.
muito.

como não se encantar com a pureza e maturidade do Kaio diante de uma doença que pode matá-lo?
e como não se admirar com a força da Kamila, mãe do pequeno?
quisera eu ter um terço da garra destes dois.

mas também como não se render à simplicidade da Ana: a adoradora do amor, de jasmins e suspiros?
e como não se apaixonar pelos sorrisos constantes da Lucinthya...
pela maternidade da Lúcia...
pela irmandade do Daniel e da Natalie...
pelo carinho da Beth...
pela lealdade da Luciana...
pela sobriedade da Lucirene...
pela descontração da Silvia...
pela paciência da Ju...
pela sinceridade da Tânia...
pelas mensagens de saudade do Diego...
pelas loucuras de Renan...
pelas piadas de Michael...
pela candura de Da Lua...
pela ingenuidade da Laurete...
pelo bom humor da Dháfine...
pele pela fleuma da Cely?

e como não ficar emocionado com a bondade do Mendes...
a felicidade da Carol...
os sonhos do Tunay...
os escritos de Jana Brás e Henrique...
a religiosidade da Ritinha...
a voz suave da Gabriela...
o sotaque dengoso de Jardel...
o brilho no olho do Thiago Anderson...
a sobriedade da Rosinha...
a sagacidade do Nicolau...
o jeito meigo da Helaine...
a alegria da Terezinha...
a genialidade do Gil...
e até com a brutalidade do Braga?
(brincadeira, Tiaguinho...vc é gente fina)

e tem também o amor da Dahiana...
as descontrações do Ítalo (o Lima, frise-se)...
o pessimismo do Rafael e do Stille (que me divertem demaaaais)...
a suavidade da Iana e da Sara...
o jeito punk do Deivyson...
a calmaria do Igor...
o cuidado do Edimar...
a energia boa que emana da Georgia...
a fé da Deborah e da Lindalva...
o jeito zen da Aline, da Renata e da Manullete...
o desbravamento da Luana...
o acolhimento da Letícia...
as conversas virtuais (e pessoais) com o Tomás...
os conselhos à Daniela...
e o sex appeal da Mara Cibelly (rs).

as citações não seguem ordem de importância.
não mesmo.
até porque esta é uma lista que não vai parar de crescer nunca.
2011 que o diga.
dia 3 já me fará incluir mais dois nomes nela.
e eu adoro isto.

Fica a lição da alegria.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A moça sorridente nunca acertava meu nome.
Quando se dirigia a mim, chamava por Júnior.
Vai ver, me achava parecido com papai.

Subindo ou descendo a rua, estava sempre feliz da vida.
E era de verdade.
Dava pra sentir de longe.
Mas ela nem tinha motivos pra ser assim.

Pelo contrário.
De cinco anos pra cá, a vida vinha pregando tanta peça que o roteiro se encaixava mais num drama.
Um dramalhão.
Especialmente nos dias de hemodiálise.

Cada saída de casa e toque na maçaneta do hospital a deixava mais próxima da dona da foice.
Mas a gente sempre acreditava na reversão.
Ela, especialmente.

O problema é que, ao alimentar a crença, esquece-se de variáveis como a vontade do dono da forma.
É como se quiséssemos nos sobrepor a Ele.
Ledo engano.

Enxutas as lágrimas, fica a lição do sorriso...da alegria...do não esmorecimento.
Júnior ou Bruno.
Chame como quiser.
Daí de cima, Elisinha, a prece vale a qualquer um.
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Bruno de Castro.

ps: fico aliviado em saber que tuas dores cessaram.
Mas triste pela saudade.
Vá em paz!

O fim dos tempos áureos.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Na infância, já sofria.
Parecia um prelúdio dos anos futuros.
E era mesmo.
Mas a garotinha não tinha como prever isto.
Só certificou-se com o passar do tempo.

Quase tudo na vida levava-a ao choro.
Então...chorou...
Chorou...
Mas calada.
Não reclamava de uma vírgula que o tal de destino punha na sua redação.
Nunca reclamava.
E, ainda assim, no intervalo de uma lágrima e outra, arranjava disposição para sorrir.

Só nos últimos dias teve coragem de confrontar Deus.
Prostrada na cama, disse: "chega! Já sofri demais".
Foi o primeiro e único reclame em mais de oito décadas.

Ontem, descansou.
E deu mais uma lição ao, antes de fechar os olhos, pedir para voltar à serra de onde veio.
Até na despedida, foi Áurea.
Fez jus ao nome.
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Bruno de Castro.

ps: vá em paz, minha tia. A gente fica na saudade. A senhora já faz falta.

Crescimento.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na certidão de nascimento, Iarley leva o nome de jogador famoso.
Mas, na verdade, é um anônimo.
E um pequeno desconhecido que, sequer, teve um lugar decente para nascer.
Veio ao mundo no banheiro de casa mesmo.

Passou a noite dando trabalho à mãe.
Chutava...chutava...esperneava para sair da barriga.
Quando conseguiu, encontrou uma casa sem eira nem beira.
Nem uma bacia para tomar banho existia.
Que dirá fraldas e roupinhas.

Na mulher deitada na maca de um dos leitos da maternidade, ele só podia fazer duas coisas: sugar leite e usurpar o calor do corpo.
De resto, nada mais.
E eu, narrador de histórias alheias, vi a cena de perto.
Reparei bem no olhinho ainda sujo de sangue e nos dedinhos mal formados que, posteriormente, terão de ser sajados.

Mas não pude fazer nada por ele.
Não naquele momento.
A não ser jogar o drama no mundo.
E foi o que fiz.

Mas Mônica não reclamou.
Em nenhum momento.
Pelo contrário.
Mesmo exausta do parto doloroso, estava feliz por ter colocado o sexto filho no mundo.
Tinha certeza de que o futuro do garoto seria promissor.

Não digo que estou certo disto.
Mas torço muito para que ela seja uma vidente e tanto.
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Bruno de Castro.

ps: Nesta semana, cresci mais do que nos meus quase 24 anos inteiros.
E, sinceramente, espero que as próximas semanas sigam no mesmo ritmo.

Do latim...

terça-feira, 19 de outubro de 2010


Não à toa se chama Kaio.
O jeito de encarar a vida faz jus ao nome.
Mesmo na adversidade, o sorriso não sai do rosto.
Nem a miudez do tamanho o tira a vontade de se curar.
E é neste ritmo que este maranhense de três anos dá um banho de felicidade em qualquer um.

É uma espécie de fortaleza para a família, naturalmente fragilizada.
A paralisa cerebral é fichinha diante da energia do garoto, assim como a anemia aplástica será um registro de superação daqui a pouco tempo.

Há dois dias, minha vida mudou.
E graças a ele.
Fico na torcida pelo aparecimento de um doador o quanto antes.
E digo que gostaria muito que fosse eu o responsável pela tua cura, menino.
Sentar na mesa de doação foi um momento inesquecível.

Quando você se curar, o latim vai estar mais certo ao indicar Kaio significando "feliz, contente, alegre".
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Bruno de Castro.

ps: é por conta deste tipo de situação que eu tenho orgulho de ser um narrador de histórias. O Jornalismo tem suas vantagens.

Súplica

domingo, 17 de outubro de 2010


Se ter um pedaço do peito faltando é algo complicado de se administrar, imagine ter o coração aberto em vários pontos. Pois esta é a rotina de Medina. Viver na obscuridade de sentimentos e refém de um músculo involuntário o deixava inquieto. E ele queria mudar a qualquer custo. Mas não conseguia.

A angústia toma de conta só de lembrar das inúmeras despedidas. Ver subidas e descidas de aviões virou rotina. E uma rotina má. Porque o coração sempre saía mais despedaçado. Era inevitável. E olhe que o rapaz de pele negra e olheiras profundas tentava amenizar.

Por ele, todos os pedaços seriam colados imediatamente. Mas esta é uma coisa que está além do alcance. Milhares de quilômetros além. Uma pena; uma dor enorme. Daí...o jeito é contentar-se com os encontros efusivos.

Há um ano e três meses, Medina segue uma vida incompleta. Não sabe como consegue. Apenas tem a certeza de que, um dia, vai conseguir reunir todos os cacos. Dele e dos que quer por perto. Também espera que seja tudo muito rápido. Do contrário, pode não suportar a dor de outras partidas.

Aos que vieram e foram à ilha, ele pede: voltem logo. De preferência, em definitivo. Ou, então, jamais serei feliz por completo. Sempre ficará faltando um pedaço.
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Bruno de Castro.

A moradora da Lua

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Renata sorri o tempo inteiro. Não importa a circunstância. E, quase sempre, de si mesma. Das presepadas que apronta e dos pinotes que dá por aí. Seja a gosto ou contragosto da vida. Sim, ela consegue driblar o que chamam de pré-determinado.

Para a menina branquela de cabelos pretos que mais parecem tinta derramada no vento, não existe essa de pão é pão; queijo é queijo. Pão e queijo podem se misturar. De preferência, com uma boa lasca de goiabada. Eis a graça de tudo.

E não adianta tentar estragar o lanche. Renata vai dar um jeito de se edificar. Ela cresce, independente da situação. E, claro, sorri. Às vezes, um sorriso amarelado, é bem verdade. Mas sorri. Já virou força do hábito.

Há quem a chame de moradora do mundo da Lua. A branquela ouviu muito isso quando era meninota. Inclusive dos pais. Mas Renata não dá a menor para esse tipo de insulto. Gargalha deles. De todos.

E por um simples motivo: até hoje, não permitiu que ninguém violasse a entrada de um quarto escuro seu. Só seu, cuja chave ela esconde sob sigilo de morte. Tem dias em que esquece onde a guardou. Mas, rapidamente, a encontra.

Na alma da garota de cabelos que mais parecem tinta derramada no vento, reina a felicidade.
E não há episódio no mundo que a faça tirar o sorriso do rosto.
Amarelo ou não.
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Bruno de Castro.

mEU pequeno Lucas

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Apenas aos 23, quase 24, Lucas descobriu que teria ninguém para salvá-lo depois que ele salvasse o mundo de todos ao seu redor. Algo triste para um menino cheio de sonhos. Impactante, na verdade. Mas não por acaso. O encontro tardio com o cru colaborou para isto.

E tudo por conta de desleixo. Alheio, diga-se de passagem. Não ter olhares correspondidos é algo que mata. Aos poucos, mas mata. E da pior forma possível. Com Lucas, foi assim. Quando deu por si, já era um homem amargo; ressentido; doído.

Culpa também das horas roubadas. Tanto empenho para nada de reciprocidade. Notar a unilateralidade corroeu. De vera. E, num primeiro momento, pareceu algo letal. O pequeno Lucas não esperava por algo assim.

Mas aconteceu. Assim como foram recorrentes os monólogos. As palavras eram jogadas ao vento. A ninguém...apesar de ter sempre um à frente ou ao lado. Era como um grito mudo. Ou coisa que o valha.

Em casa, o que era para ser um refúgio, tornara-se quase um quarto branco. Tudo era oco. Sem sentido. Sem referência. Sem apego. Sem sentimento. Nada. Somente um dormitório. Um tormento.

No fim, restou abrir mão de tudo.
O silêncio do sono e a segurança da escuridão valiam mais a pena.
Lucas foi-se.
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Bruno de Castro.

Minha futura casa.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

São Paulo é uma cidade curiosa.
Da frieza das pessoas ao ritmo louco das ruas.
Para alguns, um suicídio; para outros, o céu.
Para mim, o meio termo disso.
Daí a minha paixão por esse frenesi.
Daí a minha vontade inexplicável de deixar Fortaleza para trás.

Até logo.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Osmar sempre se adiantou aos fatos.
Marcou a vida sendo um precursor de movimentos.
Pode ser resumido como um homem de raça e, acima de tudo, fé.
Fé à sua moda, é verdade. Mas fé.

No meu caso, essa relação começou há exatos 12 anos.
Eu, um meninote aos 11 e que amava um certo conjuntinho amarelo-gema, em pleno Rio de Janeiro.
Encantado com a cidade...com o Cristo...com os bondinhos do Pão de Açúcar.
Feliz. E ele do lado.
Não desgrudava um minuto sequer.
Parecia imaginar o que eu queria e trazia até a mim o que eu queria.

Pois bem.
Na última terça-feira, 22, ele se adiantou novamente.
No mínimo, imaginava o que iríamos fazer: eu, meu pai e minha mãe.
Antevendo uma ida nossa ao Rio no dia 1º, decidiu encontrar-se com tia Zeneida.
Disse aos filhos que ela estava chamando e foi-se.

Não se deu ao trabalho de nos comunicar.
Soubemos através de um telefonema.
Eram 12h 45min.
Dos três, fui o primeiro a saber.
E tratei logo de informar ao pai.
A mãe só soube duas horas depois.

Hoje, oito dias antes do que eu previa, estou novamente no Rio de Janeiro.
A cidade continua bela.
Porém, para mim, perdeu muito do brilho.
E por um "simples" motivo.
Tio Osmar deixou de morar nela.
Como disse, atendeu ao pedido da tia Zeneida.
Foi para o andar de cima.

Ou seja: tratou logo de ocupar o lugar do nosso encontro quando eu, papai e mamãe partirmos também.
Era um homem precursor de movimentos.

Deixo claro que escrevo esse texto com o coração rasgado.
E no sentido literal da palavra, porque ver minha mãe chorando a morte inesperada do irmão é algo que jamais tirarei da lembrança.
JAMAIS.
Assim como o sorriso dele também não.

Tio, um dia, vou me acostumar com a saudade do teu abraço e com o gosto do caldo verde que o senhor me preparava sempre.
Mas não com a ausência.
A gente se vê em breve.
Até logo.

E o Gandhi vai para...

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ai ai ai...esse 2010 tá me aprontando cada uma!
Ontem, foi a vez de ganhar, ao lado da minha amiga Ivna Girão, o Prêmio Gandhi 2010 de Comunicação.
Preciso nem dizer que tô explodindo de felicidade.
Mas, como ontem não pude discursar, queria fazer algumas colocações aqui mesmo.
Primeiro: agradecer a algumas pessoas mais do que especiais.

Ivna: meu bem...tenho tanto orgulho do que conseguimos! Vc não tem ideia. Ou melhor...tem sim, né!? Admiro mto tua raça; tua vontade de usar a nossa profissão como agente transformador de uma realidade tão escrota, como mostramos em parte da nossa série. Hoje, estamos em redações diferentes...mas tenho certeza q a vida logo logo nos aproxima de novo pra fazermos outro trabalho porreta.

Beth Rebouças: IMPOSSÍVEL não falar nessa mulher ao ganhar um prêmio como esse. Em todo o tempo que fiquei no OE, ela foi a maior incentivadora de trabalhos bem elaborados e séries especiais. Eu e Ivna só conseguimos fazer uma...e justamente um mês depois que Betinha foi demitida do jornal. Por isso, dedicamos o Ghandi Impresso 2010 a essa mulher, mãe, jornalista e ser humano fantástico que Elizabeth Rebouças é. Obrigado pelo carinho de sempre, madrinha.

Um certo "gordinho": não tenho como não citar uma criatura chamada Manoel Brito Junior. Os outros que me desculpem, mas ele é o melhor pai do mundo. e É MEU! hahahaha. Certamente...se consegui o que consegui ontem com tão poucos recursos físicos se dá à garra que herdei desse homem. AMO VC, MEU GORDINHO!

Amigos do OE: fiquei tão feliz qd subi no palco e vi uma plateia repleta de amigos. E amigos do peito...da época do OE. Gente...obrigado pelo carinho e pela torcida. Certamente...vcs acreditaram mais em mim do que eu mesmo. Mas isso, vindo de um escorpiano nato como eu, é normal. Rs.

Bom...é isso.
No mais...obrigado pelas mensagens de apoio e abordagens dando os parabéns.
Se Deus quiser, esse será o primeiro de muitos prêmios.
Bj bj,
BdeCastro.

Mente ociosa; oficina do...

quarta-feira, 31 de março de 2010

Tem alguns dias que não escrevo aqui. E, sinceramente, não estava me programando para atualizar esse blog tão cedo (por pura falta de tempo, admito). Mas fui "forçado" ao saber de uma história que me deixou bem incomodado.

Ontem, fui informado de que tem um engraçadinho dizendo por aí que, depois de sair do jornal O Estado, fiz postagens no twitter criticando a empresa. Pois bem...quero aproveitar esse espaço que é meu de fato e de direito pra comentar o episódio.

Muitos diriam pra eu deixar essa conversa de lado. Mas não consigo. Me sinto mal com esse tipo de situação, principalmente porque JAMAIS tenteria derrubar uma redação que me ensinou muito do que sei de jornalismo impresso. OE é uma escola. Foi minha escola. E não tenho vergonha nenhuma de dizer isso.

Pelo contrário. Me encho é de orgulho de ter feito parte de uma família tão massa. E uma família que teve como matriarca uma jornalista formidável como Beth Rebouças (@bethreboucas). Minha madrinha profissional.

Então...quer dizer que O Estado é uma empresa perfeita? Não. Tem problemas como qualquer outra. Mas isso não faz dela menor do que nenhuma. Muito menos dá a mim ou a outros ex-funcionários o direito de alfinetá-la.

Não tenho a menor dúvida de que, se hoje estou no jornal O Povo, devo isso ao OE. E fico feliz demais ao constatar isso. E digo isso sem medo de soar petulante.

Quem me conhece, sabe que não costumo utilizar 140 caracteres pra "cuspir" no prato em que comi. Não é do meu feitio. As ponderações que tive de fazer sobre o OE, fiz enquanto estive lá dentro. E num canal aberto com os diretores. Comigo, o diálogo lá sempre foi aberto. E não vou negar isso nunca. Esteja eu no OP ou onde for.

Uma amiga me disse que esse tipo de fofoca parte de gente invejosa. Não sei se avalio assim. Só sei que o comentário não foi verdadeiro. E eu não me aquietaria se não o rebatesse. Mas não quero mais me ocupar com isso.
Obrigado pela atenção.

Bj bj,
BdeCastro.

Espelho.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Todo santo dia, ouço gente questionando o pq de Marcelo Dourado ser o favorito para ganhar o BBB 10, sendo que o cara vive envolto em polêmicas. Semanalmente, ele é tachado de preconceituoso, homofóbico e outras cositas más...

E, sinceramente? Me espanto quando as pessoas chegam com esse papo.
Para mim, a popularidade do lutador tem um motivo claro: a identificação.
O público se vê em Dourado, pq o moço está dando a cara a tapa falando o que muita gente tem vontade de dizer, mas falta coragem.

Marcelo expõe tranquilamente sua tatoo de suástica e diz q tem orgulho de ser hétero.
Qt ao símbolo na pele, tenho cá minhas dúvidas se quem está em casa sabe o q significa.
Mas, qt ao orgulho de gostar do sexo oposto...bom, aí só não enxerga quem não quer.
O grande juiz do BBB (como diz Pedro) vibra quando assiste o ex-vilão-agora-mocinho bater no peito e dizer que "não tem diva dentro de si" e "hétero não pega Aids".
E comemora tendo gays e gays dentro de suas próprias casas.

Apoiá-lo nos "paredões", é uma espécie de autoafirmação.
Dar o prêmio de R$ 1,5 milhão (alguém duvida?), então, tornou-se uma questão de honra para muitos.
Basta ver os comentários absurdos em prol de Dourado nos fóruns de discussões afora.
É cada justificativa!

Resumo da ópera: Marcelo Dourado é um espelho do pensamento coletivo tão preconceituosamente velado.
E tenho dito.

BdeCastro.

Na contramão

Vou falar de mim.
Algo estranho.
Afinal...diariamente, sou forçado a escrever sobre os outros. Mais precisamente sobre o que os outros dizem.
Mas vamos lá!

Faço isso hoje por culpa de Meryl Streep.
Isso mesmo.
A atriz hollywoodiana cutucou uma ferida minha ontem à noite.
Impecável como sempre nas suas atuações, ela usou Jane (personagem do filme "It's complicated") pra mexer comigo.
E conseguiu.

Saí do cinema pensando em como deixar minha "zona de conforto" pode me proporcionar o céu e o inferno.
Na verdade, mais o céu do que o inferno.
Então...pq não?
Por um "simples" motivo: medo.
E admito isso com um mínimo de constrangimento.
Sim...pq estaria mentindo se o negasse.
Mas enfim.

Falta a mim a "autopermissão" para viver.
Coisa que Jane fez após dez anos de nulidade.
Talvez...eu esteja nesse período de calmaria.
É...talvez.

Por isso, me sinto numa espécie de contramão do mundo.
Não que isso seja ruim.
Não mesmo.
Mas confesso: me incomoda um pouco.

Um dia, vou saber se é nessa contramão que quero permanecer ou se vou, enfim, deixar a tal zona de conforto.
Um dia.

BdeCastro.

Teodorico nega subserviência, mas descarta punições

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Bruno de Castro,

da Redação

Dez anos após o primeiro mandato como presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), o ex-deputado Teodorico Menezes voltou ao comando do Pleno. Ontem, ele foi empossado diante de uma plateia repleta de servidores do órgão e da alta cúpula política do Ceará. Também foram efetivados como vice-presidente e corregedor, respectivamente, os conselheiros Valdomiro Távora e Pedro Timbó, até então presidente da Corte. A eleição aconteceu no último dia 8 de dezembro, de forma unânime.

O mandato é de dois anos. Contudo, Teodorico já fala em ações de caráter imediato. Uma delas é reforçar a parceria com o Governo do Estado, demasiadamente enaltecido durante a fala do novo presidente. A maior salva veio quando referiu-se à construção de um prédio anexo para alocar 30 controladores de contas. Segundo o recém-empossado, a obra pode chegar a R$ 20 milhões.

Os recursos já teriam sido assegurados pelo governador Cid Gomes (PSB) e as construções podem começar logo após a desapropriação do terreno, em andamento. Caso todo o montante não seja aplicado no primeiro ano de Menezes, será jogado para o segundo. “O Cid tem nos prestigiado de maneira incondicional. Se falarmos ao contrário, estaremos sendo altamente ingratos”, afirmou.

SUBSERVIENTE, NÃO!

Apesar das benesses concedidas pelo Executivo, Teodorico assegurou que a máxima do TCE é “amigos, amigos; negócios à parte”. Ele rechaçou a tese de que o Pleno seja subserviente ao Estado. Essa é uma crítica constante feita pela escassa oposição de Cid Gomes na Assembleia Legislativa. O porta-voz das alfinetadas, em geral, é o líder do PDT, Heitor Férrer.

Teodorico argumentou que esse tipo de declaração é feita no sentido de pautar o Tribunal, que, constitucionalmente, já conta com uma pauta própria. “Não podemos estar a serviço da oposição nem da situação. Estamos a serviço é da impessoalidade, para que o Tribunal não seja usado como trampolim por alguns”, rebateu.

O revide a Férrer foi endossado até pelo presidente da AL, Domingos Filho (PMDB), presente na solenidade de posse como governador em exercício. Ele substitui Cid até o dia 10 deste mês. Gomes está na Europa desde 25 de dezembro e o vice, Francisco Pinheiro (PT), viajou para o Chile na segunda, 4. “Respeito sua atuação. É meu companheiro de plenário, mas discordo. O Tribunal é um órgão técnico e não pode, a vontade de um deputado, impor ao Judiciário a decisão de um. Aí, você está ferindo de morte a própria democracia”, assinalou.

Ao O Estado, o novo presidente do TCE chegou a dizer que, se for preciso, os conselheiros reprovariam futuras contas do governador, enviadas anualmente para apreciação. “Se tivermos de fazer, vamos fazer. Com certeza”, pontuou. Entretanto, em seguida, eximiu-se de responsabilidade. “Agora, é o seguinte: isso não depende do presidente. Isso é o colegiado. Existe o relator, existem os técnicos e existe a Procuradoria”, tangenciou.

MAS...

Feita a ponderação, o tom de Menezes também diminuiu quanto à deliberação de sanções a serem aplicadas ao Executivo, em decorrência de alguma irregularidade existente no balanço de receitas/despesas. No julgamento dos últimos dois anos – em que Pedro Timbó presidia a Corte, o número de recomendações aumentou. Porém, ainda assim, o TCE aprovou parecer favorável às contas do Palácio Iracema, que logo foi acatado pela larga base de apoio no Legislativo Estadual – dos 46 deputados, 43 fazem coro ao que o Governo prega.

O máximo anunciado por Teodorico foi a criação de um Portal da Transparência para tratar do assunto. No entanto, o Estado já mantém um site na Internet com este mesmo nome e teor. Ele citou ainda a necessidade dos processos tramitarem com maior rapidez, além de melhor qualificação para o corpo técnico da Casa. “Só vamos punir [o Executivo] em último caso. Temos que privilegiar as ações preventivas para que os administradores aprendam a usar de forma correta o dinheiro público”, descartou.

NADA DE ATRITOS

Em meio a discursos oficiais e conversas de bastidores, os únicos a pronunciarem-se sobre os escândalos do ano passado no TCE foram o próprio presidente empossado e seu vice. Nem o discurso de despedida de Pedro Timbó tocou no assunto. Coube a Valdomiro Távora classificar os episódios como “picuinha”. Conforme O Estado mostrou em várias reportagens em 2009, a conselheira Soraya Victor disparou críticas no tocante à composição da Corte e taxou o Tribunal de machista.

Segundo ela, indicações políticas seriam o pano de fundo de tudo. Isso incidiria sobre a apreciação de matérias com rigor técnico, que teriam esse caráter deixado de lado. A própria conselheira chegou ao Tribunal por intermédio do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), o que motivou várias discussões entre ela e o auditor Itacir Tadero, um dos cotados para ocupar vaga ociosa no Pleno. “Divergências sempre vão ocorrer. Em 2010, acho que vamos superar essas picuinhas; essas besteiras”, especulou Távora.

Já Teodorico Menezes falou em “tentar apaziguar isso aí”. Ele comentou que, como o colegiado é composto por sete membros, Soraya precisa aprender a quedar-se à vontade da maioria. “Não podemos estar a reboque de uma única pessoa. Vamos conversar e entrar num denominador comum para colocarmos o Tribunal nos trilhos da seriedade”, avisou.

Mesmo com o alerta, o presidente negou a existência de tensões entre os componentes da Corte de Contas. Preferiu anunciar que, em fevereiro, apresenta a lista tríplice a Cid Gomes para um dos auditores ser escolhido novo conselheiro do TCE. Atualmente, esses profissionais concursados revezam-se na cadeira do Pleno.