Crescimento.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Na certidão de nascimento, Iarley leva o nome de jogador famoso.
Mas, na verdade, é um anônimo.
E um pequeno desconhecido que, sequer, teve um lugar decente para nascer.
Veio ao mundo no banheiro de casa mesmo.

Passou a noite dando trabalho à mãe.
Chutava...chutava...esperneava para sair da barriga.
Quando conseguiu, encontrou uma casa sem eira nem beira.
Nem uma bacia para tomar banho existia.
Que dirá fraldas e roupinhas.

Na mulher deitada na maca de um dos leitos da maternidade, ele só podia fazer duas coisas: sugar leite e usurpar o calor do corpo.
De resto, nada mais.
E eu, narrador de histórias alheias, vi a cena de perto.
Reparei bem no olhinho ainda sujo de sangue e nos dedinhos mal formados que, posteriormente, terão de ser sajados.

Mas não pude fazer nada por ele.
Não naquele momento.
A não ser jogar o drama no mundo.
E foi o que fiz.

Mas Mônica não reclamou.
Em nenhum momento.
Pelo contrário.
Mesmo exausta do parto doloroso, estava feliz por ter colocado o sexto filho no mundo.
Tinha certeza de que o futuro do garoto seria promissor.

Não digo que estou certo disto.
Mas torço muito para que ela seja uma vidente e tanto.
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Bruno de Castro.

ps: Nesta semana, cresci mais do que nos meus quase 24 anos inteiros.
E, sinceramente, espero que as próximas semanas sigam no mesmo ritmo.

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