Desesperadamente BBB

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Acho que nunca dei tanta risada na vida como nessa semana. Espiando o site do global Big Brother Brasil 8, vi cada aberração tentando entrar no programa que era difícil de acreditar. E olhe que eu não sou de ter pudores em alta quando o assunto é televisão...mas dessa vez foi demais!

Nessa edição, a Globo decidiu criar uma espécie de orkut na página do BBB, onde os internautas podem criar perfis para serem avaliados e participarem da seleção pro programa. E essa idéia eu louvo, porque foi uma 'sacada' muito boa. Porém, o 'nada bom' são os 'perfilados' do sítio global. Tem gente que se presta a cada papel...

Catando o perfil dos inscritos, encontrei gente que montou um álbum em poses 'sensuais' (isso, pra não dizer quase nuas!); outro que postou quase 100 fotos mostrando a rotina diária (rotina mesmo...desde o escovar de dentes até a troca de roupas pra dormir); outra só com as mãos cobrindo as 'partes de cima' (e as debaixo também); e por aí vai.

Será que fazer tudo isso vale mesmo a pena!? Bom..se pensarmos no retorno financeiro, COM CERTEZA a resposta é sim! Mas e quanto à ridicularização!? Isso mesmo: RIDICULARIZAÇÃO! Muita gente que adota esse posicionamento de apelar para entrar, acaba entrando é numa fria, porque a 'querida Globo' não poupa ninguém e veicula os vídeos mais 'fora do comum' no primeiro programa da edição, num quadro intitulado BBB, eu não fui.

Bom...por via das dúvidas, eu é que não vou arriscar em me escrever. Vai que a tentação de ganhar o milhão me leva a fazer alguma coisa 'incomum' e ele me jogam nesse quadro. Por enquanto, prefiro ficar no meu lugarzinho de telespectador alienado que acompanha as intrigas e paixões do reality quase que diariamente.

BdeCastro.

No fim das contas...

Ontem, a noite na televisão brasileira foi marcada pela inauguração da Record News, o mais novo canal de notícias em tempo integral no País.
Na festa de abertura da programação da emissora, 'autoridades' políticas, jornalistas, diretores da empresa e outros convidades pareciam estar com um mesmo discurso ensaiado. Todos diziam exatamente a mesma coisa: que esse era um marco para a televisão brasileira; que com a Record News o povo vai ter acesso a um canal de comunicação comprometido com a busca da verdade; que a realização dessa inauguração retrata a democracia no nosso País etc etc etc.

O que me chama a atenção é o fato de que esse falatório não passa de demagogia pura, pelo menos em sua maioria. É claro que o fato demais um canal de tevê ser disponibilizado para o grande público é um marco, mas até onde essa iniciativa é diferente das outras já existentes no mesmo ramo de produção em 'hard news'?

Ao meu ver, nada é muito fora do comum, como se afirmou tanto ontem. A começar pelo nome da emissora: Record News. No que ela difere de nomes como a Globo News e a Band News? No dim das contas, é tudo a mesma coisa. Só mudam os donos de cada canal. Nem a criatividade é posta à prova!

Outra semelhança é a estrutura visual dessas emissoras. Se repararmos, tudo também é bem parecido: os cenários dos programas; os estilos de escrita; os perfis dos apresentadores. Até as barras de ferramentas do canto da tela se assemelham. No fim das contas, tudo fica na mesma.

Isso, claro, sem contar que essa conversa de que vai ser um Jornalismo diferente também não cola muito fácil. Como é que se pode ser diferente, se as mesmas notícias são veiculadas pelas diferentes emissoras? Sim, porque uma não vai "dar furo" num fato, sabendo que a concorrente vai abrir o jornal com esse mesmo acontecimento. Então, onde está a diferença? No fim das contas...só resta rezar pra alguém dentro dessas redações resolver fazer alguma coisa menos usual.

BdeCastro.

E lá vem polêmica de novo...?

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Das duas uma - ou eu tenho minha base religiosa muito bem estruturada que não me deixa impressionar fácil, ou as pessoas de fato se deixam impressionar por qualquer coisa. Entenda o porquê de eu afirmar isto.

Ano passado, o mundo cinematográfico viveu momentos de fervor com o anúncio do filme O código Da Vinci, uma película gravada com base no livro homônimo de Dan Brown. Pois bem...essa febre de ansiedade também tomou conta de vários programas de televisào, estampou primeira páginas de jornais no mundo todo e fez com que a Igreja se manifestasse. Tudo, porque as obras questionam o teor de santidade de Jesus Cristo, afirmando, inclusive, que ele teve um affair com Maria Madalena e que existem descendentes de Cristo até hoje.

Como se não bastasse todo o estardalhaço da época, agora começa um novo ciclo de debates e especulações sobre um outro filme também estruturado em cima de uma obra de Dan Brown - o Anjos e Demônios. Nesse livro, o autor norte-americano também questiona posicionamentos religiosos e deixa passar críticas pesadas ao cristianismo e à Igreja.

Depois de ler isto, você pode se perguntar - e o que tem demais nisso? Bom...na minha opinião, realmente não há nada demais. Porém, nem todos pensam assim! Principalmente os que estão de olho nesse filme desde que ele foi aunciado. Muitos já anunciam que, assim como 'o código', essa segunda rodada de Brown na telona também vem para bater de frente com os preceitos religiosos, que a fé das pessoas vai ser abalada etc etc etc. Pra mim, isto não passa de balela!

Acredito piamente que um simples filme não é capaz de abalar nada em ninguém, principalmente no tocante à fé. Pelo menos comigo é assim! E tem mais - mesmo que o intuito do autor fosse criar uma sensação de verdade nos seus textos (o que não é verdade, e ele mesmo foi quem disse isso quando afirmou que suas obras não passam de pura ficção), o alcance do que vai pro cinema não é tão grande assim. Afinal, nem todo mundo pode custear uma entrada de R$ 8.00 só para ver um filme.

Então, meu povo, vamos deixar os espetáculos e as falsas expectativas de lado e nos preocupar mais com os problemas palpáveis e possíveis de serem solucionados. Desta forma, todos ganham muito mais!

BdeCastro.

O absurdo do absurdo

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Há tempos venho me empenhando em estudar um tema não muito discutido: o assédio moral. Você sabe o que é isso!? Se depois de pensar, sua resposta for não, não se assuste! Boa parte das pessoas que conheço sequer ouviu falar no termo, e quando ouviram, não sabem o que significa ao certo.

Pois bem, vamos explicitar. O assédio se caracteriza por relações de trabalhos prejudiciais, em que o trabalhador é exposto a situações humilhantes e que afetam sua produtividade no ambiente empresarial. Depois disso, você já consegue visualizar alguma coisa!? Se não, também não se assuste! Outra boa parte das pessoas que conheço também não tem nada em mente mesmo com a explicação.

E é exatamente essa desinformação sobre o assunto que faz com que o assédio moral seja tão recorrente em organizações do mundo todo. Diariamente, milhares de empregados são vitimados com esse tipo de violência psicológica e nada fazem simplesmente pelo fato de não saberem como reagir.

Mas o pior é que, além de não ser discutido, o assunto é um medo velado. Mesmo os que conhecem o assédio de perto, evitam falar sobre. Uma pena. Uma verdadeira pena, porque se tivéssemos mais assediados depondo e mostrando à sociedade que essa é uma prática criminosa, muitas outras pessoas poderiam ser poupadas de passar por algo do tipo.

Outro agravante que me salta a atenção é o fato de a nossa legislação não ter nenhum indicativo de punição para os agressores. Se essa questão não ocorresse assim, outros tantos casos seriam evitados.

Aí, você pensa: se não há punição, o assunto não é tão grave assim, certo!? ERRADO! Pode não dar a entender, mas a influência do assédio chega até à qualidade de vida do trabalhador. Muitos, inclusive, chegam a pensar ou tentar o suicídio pelo fato de estarem sendo afetados com a incidência do assédio moral no seu ambiente de trabalho.

E então...você vai ficar aí parado ou vai repassar esse absurdo para seus companheiros de escola, de faculdade, de trabalho ou do que quer que seja? Mudar essa realidade só depende de cada um de nós! MOVA-SE!


BdeCastro.

O dilema do centavo

terça-feira, 25 de setembro de 2007

É incrível como passamos corriqueiramente por situações que agridem nossos direitos enquanto consumidores e não nos damos conta! Nesta semana, fui, como de costume, a um shopping aqui da capital fazer uma ‘comprinha boba’. Não diferente das outras vezes, fui bastante objetivo: entrei na loja, escolhi o que queria e me dirigi ao caixa. Foi quando o vendedor me disse que meu total ‘terminava em 99’. Sabe aquelas contas que nunca são redondas, tipo: 3,99 e 5,99? Pois é, a minha era assim. Aí, eu pensei: será que se eu der o valor fechado vou receber o meu centavo de troco? Paguei para ver e a resposta veio logo em seguida: o produto embalado numa sacola e a nota fiscal. Só! Nada do centavo.

A minha reação foi igual a da grande maioria das pessoas: dei as costas e saí. Mas depois eu me perguntei: quanto uma grande loja fatura por dia, mês ou ano só com estes centavos embolsados ilegalmente? Sim, ilegalmente, porque nós, consumidores, temos o direito à exigência de cada centavo, cada real de volta, e é obrigação, e não favor, dos estabelecimentos comerciais de fazerem esta devolução. Esta na Lei!

Muitas lojas tentam burlar a legislação oferecendo mercadorias em troca, e o cliente, na maioria das vezes intimidado, acaba acatando a imposição. Gente!, é um absurdo saber que somos roubados de uma forma tão explícita e não fazemos nada. O povo brasileiro já anda a duras penas para ganhar, em sua grande parcela, míseros 380 reais no final do mês e uma coisa destas acontece sem que ninguém se indigne, sem que a mídia reclame. Até quando vamos continuar sendo enganados e vamos fingir que nada acontece?

Basta andar cinco minutos no centro de Fortaleza para notar o que digo. Neste pequeno intervalo de tempo, sem muita observação, encontramos uma série de lojas com anúncios ‘tentadores’ de 1,99 (já virou moda!). Só que o que não se diz é que este preço não é tão camarada assim. Aí, se fala que o produto está abaixo de dois reais, mas uma mensagem invisível vem em anexo: “seu centavo não volta para você. Conforme-se, vamos lucrar com a sua passividade”.

E a conformidade do povo é tanta, que quando perguntamos o preço de um produto vendido numa loja como essa, logo se ouve: “Ah, foi 1,99, ou melhor, 2,00!”. Isso é um absurdo! Nós somos cúmplices de um roubo que nos afeta direta e indiretamente. Precisamos conhecer mais nossa posição de consumidores. Caso contrário, nunca seremos aptos a uma reclamação. Eu ainda não voltei ao shopping para fazer compras, mas quando for, com certeza pedirei meu centavo. Exija o seu também!

BdeCastro.

Vírus do bem...

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Definitivamente, esse foi um fim de semana marcante na minha vida. E digo isso não da boca pra fora, mas porque fiquei, de fato, tocado com o que senti. Tanto, que decidi transcrever um pouco do momento e pedir a você que está lendo esse texto um pequeno/grande favor: fale o que sente!

Durante duas noites e dois dias, participei de um encontro de adolescentes e jovens. Até aí, tudo na mais perfeita ordem. O "problema" foi o que veio depois: um montante de demonstrações de carinho sem se pedir nada em troca. Isto me chamou a atenção! E não à toa, porque é difícil viver momentos como esse.

Você que está codificando essas linhas já passou por isso!? Você já teve várias pessoas ao seu redor distribuindo beijos e abraços de maneira espontânea e verdadeira!? Provavelmente não!

Hoje, as pessoas aderiram à uma moda estranha de amar às outras. É tudo muito frio, muito distante, como se todos tivessem medo de tocar o outro gratuitamente, como se ficassem com receio de dar um abraço, um beijo mais demorado, um cheiro ao pé do ouvido. Hoje, as relações se tornaram, em sua boa parte, distantes. O que é uma pena!

Creio que se cada um de nós recebesse demonstrações desse tipo, o mundo seria, certamente, bem melhor. Mas não porque todos receberiam tudo ao mesmo tempo, mas porque todos criariam o hábito de dar e receber carinho. Sim, porque dar e receber carinho é um hábito. Basta começar e você não vai querer parar mais. Em mim, esse hábito já existia, mas, depois desse fim de semana, garanto como vai ficar, no mínimo, três vezes maior.

Que tal você se contagiar com esse vírus que deixa a gente doido pra beijar, abraçar e amar as pessoas sem pensar em nada em troca, só pelo simples fato de gostar de gostar do outro?

BdeCastro.

Um aborto cultural...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

'Zappiando' os canais enquanto assistia tv ontem, me deparei com um debate sobre a legalização do aborto no Brasil. Presentes no debate estavam deputados, estudiosos sociais e representantes de entidades ligadas à questão. A discussão foi bem interessante. Todas as versões foram ouvidas e a temática tomou um rumo aprofundado que me remeteu a um pensamento também aprofundado.

Depois que o programa acabou, me peguei pensando sobre o tema e percebi que essa é uma questão que se refere não só à reformulação constitucional ou qualquer coisa relativa a isso. Se refere sim à posicionamentos basicamente estruturados na nossa cultura. À nossa 'pobre' cultura. À nossa 'pobre' cultura de ignorância por opção ou exclusão.

Dizer que o aborto é uma agressão à vida, que infringe códigos de ética, que viola os direitos naturais da mulher de se ter um filho não colam mais pra mim. Agora, penso de uma maneira diferente: acho que antes de expor esses apontamentos, é necessário se indicar um modo de repensar nossa cultura, nosso modo de encarar as coisas.

Durante toda a história do nosso país, o povo brasileiro sempre foi muito privado do acesso a livros, à educação. Mas aí você se pergunta o que o alho tem com o bugalho. Mas tem sim. Se as pessoas que nós conhecemos tivessem um pouco mais de instrução, de história, de vivência mesmo, com certeza a visão que se tem do aborto hoje em dia seria diferente.

Não vou aqui dizer que sou contra ou a favor dessa tal legalização. O que quero deixar claro é que considero essencial uma reeducação social do nosso povo. Só assim vamos nos desvencilhar de posicionamentos pré-estabelecidos e embasados mertamente em paradigmas já existente. É fundamental que cada cidadão formule seu referencial crítico em fatos concretos. E isso só vai acontecer quando uma educação de qualidade vingar por aqui.

Quando isso acontecer, essa educação vai deixar as mães que hoje mal sabem o que é um pré-natal devidamente informadas sobre como agir em situãções de risco ou em ações habituais de uma gravidez. Também ficariam mais bem informadas sobre as inúmeras formas de prevenção e projetos beneficentes de apoio à formação de uma criança.

É isso que defendo: uma cultura de inclusão e não de exclusão!

BdeCastro.

Escrita em preto

O Ceará está de luto!
Ontem, um dos maiores nomes do Jornalismo e da História local se mudou pro andar de cima. Eduardo Campos, tão conhecido pelos seus trabalhos literários, não resistiu às complicações de um AVC hemorrágico. Hoje, a sociedade cearense veste preto e lamenta a perda.

E uma perda de peso, pois além dos trabalhos divulgados, Eduardo (ou simplesmente 'Manuelito') também representa toda uma classe de profissionais engajados com lutas sociais e de compromisso com a verdade. Sua atuação se compara à importância de nomes como o da professora Adísia Sá, tão reverenciada pelos colegas jornalistas.

No espaço do texto de hoje, quero deixar aqui meus pêsames à família deste profissional que também tive o prazer de conhecer e entrevistar. Um homem que, antes mesmo de se ter um contato mais próximo, já encantava só com gestual. Mas, da mesma forma, quero aproveitar para lançar um alerta à frota de estudantes de Jornalismo que está neste momento nas salas de aula das sete faculdades de Comunicação Social existentes em Fortaleza: SIGAM O EXEMPLO DE EDUARDO! SEJAM JORNALISTAS COM 'J' MAIÚSCULO E COM ORGULHO DE EXERCER UMA PROFISSÃO TÃO IMPORTANTE PARA A FORMAÇÃO DE SERES CRÍTICOS!

Fica aqui minha tristeza pela perda de alguém como Eduardo Campos, mas também minha alegria por seguir a mesma profissão deste homem. Um dia, quero chegar a um terço do que ele representou pro nosso povo.
Crédito da foto: Carol Domingues. Imagem divulgada no site do jornal Diário do Nordeste.

BdeCastro.

Faça o que eu digo...

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Hoje, acompanhando o pronunciamento de um deputado na sessão da Assembléia Legislativa, ouvi do parlamentar a seguinte frase: "essas críticas à gestão da prefeita Luizianne Lins precisam diminuir, pois não levam a lugar nenhum". Parando um pouco, resolvi analisar a fala e cheguei à conclusão que é bem por aí mesmo, sabe!?

Não vou aqui dizer que a gestão 'Fortaleza Bela' é realmente bela e não tem problemas, mesmo porque seria, no mínimo, hipocrisia, mas acho que temos de por algumas peças no lugar. As atuais administrações assumiram tanto a capital como o estado por inteiro numa situação, digamos, complicada. Dívidas e dívidas se acumulando, projetos pendentes e tudo mais que é noticiado diariamente nos meios de comunicação. Será que isso não merece crédito!? Será que avaliar o cenário em que as coisas foram entreguem não é importante para uma análise administrativa!? Será!?

Creio que boa parte das dificuldades de uma gestão seria aliviada se a população colaborasse. Exatamente! A mesma população que fez campanha, que participou de carreata, que lutou por votos para seu candidato é, no meu modo de encarar os fatos, a que mais soma em falhas estruturais de governo. Certo é que se tipificou que a responsabilidade de se fazer uma boa administração é responsabilidade apenas dos parlamentares, quando, na verdade, é uma ação conjunta. É impossível governar sem a colaboração intensa do povo. Afinal, nós vivemos uma democracia, não é!?

Talvez, o problema das gestões municipais e estaduais seja o mesmo da seleção brasileira de futebol: ter técnicos demais. No fim das contas, todo mundo aponta soluções pros problemas que surgem, mas poucos se empenham em por tudo em prática. Poucos mesmo!

Então...alguém aí se candidata à vaga da Prefeitura ano que vem!?

BdeCastro.

Os fones da individualização

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Também já virou moda! Hoje, se você anda pelas ruas de Fortaleza, é fácil perceber como as pessoas aderiram ao modismo do earphone, ou melhor, do fone de ouvido. Se você entra no ônibus é a mesma coisa: filas inteiras de passageiros com seus pequenos objetos de reprodução de arquivos de música.

À primeira vista, esse pode ser um fato simples. Porém, me preocupa encarar uma perspectiva como essa. E me preocupa porque, cada vez mais, as pessoas se fecham no seu universo e deixam de lado o contato com o resto do mundo.

Nos últimos anos, já inventaram de tudo: os carros ficaram modernos, uma tal de internet foi criada e disponibilizada pra gente, os aparelhos eletroeletrônicos diminuíram de tamanho etc etc etc. E com essas transformações, mudou também o modo de vida da população. O povo de hoje tem receio de tocar o outro. As pessoas se voltaram para suas individualizações. E o que os fones de ouvido têm com isso!? Vamos pensar na causa-efeito: se você andas com seus fones de ouvido, você consegue reparar no que acontece à sua volta? Provavelmente a resposta é negativa. E é assim não porque você não se interessa, mas sim porque você volta sua atenção para outras formas de comunicação. Nesse caso, a música.

Até a maneira de se relacionar das pessoas mudou. Hoje, nem pra se ter filhos é necessário o contato físico. Quem quiser saber os segredos da maternidade/paternidade basta ter dinheiro suficiente pra pagar uma inseminação artificial. Conclusão: larguemos os fones de ouvido. E quanto às formas de reprodução, eu prefiro o modo tradicional. Ou melhor: eu prefiro todas as formas tradicionais.

BdeCastro.

A moda do 'arrasta'

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Pronto..., virou moda! Agora, quase td semana a gente dá conta de alguém que, depois de ser assaltado ou sequestrado, é arrastado por metros e metros. Gente, só de ler esse tipo de notícia, já me dá arrepio.

E eu sinto isso, pq é fácil de perceber como td está entrando num ritmo muito louco. Hoje, é quase impossível sair de casa e não ter medo de ser abordado por algum desconhecido querendo levar o que você conseguiu com tanto esforço. Medo também de não acabar como o João Hélio ou essa enfermeira que foi arrastada por cerca de 150 metros e acabou morrendo.

Desse jeito, onde é que a gente vai parar!? Essa é uma pergunta que eu me faço td dia, sabe!? E tb não tem como ser de outro jeito. De alguns anos pra cá, fica quase impossível negar que as pessoas entraram numa freqüência tão acirrada por querer td, que acabam fazendo, digamos, loucuras pra conseguirem alcançar o que desejam.

Então..., o que fazer!? Construir mais presídios!? Aplicar pena de morte!? A população ficar mais tempo trancafiada em casa!? O que fazer!?

Nessas horas, milhões de soluções mirabolantes surgem e promessas são feitas. Porém, pouco se discute de forma aprofundada e com embasamento viável para a execução de ações substanciais. Então..., o que fazer!?

Creio que, primeiro, seria interessante que ao invés de a mídia veicular essas notícias sensacionalistas que só mostram o crime em si, ela poderia apontar as tais soluções sem nd de 'mirabolância'. A abertura que emissoras de tv como a Rede Globo tem no nosso país permite isso, mas o problema é que muitas dessas mídias não querem evitar essa onda de 'arrasta' que vem crescendo diariamente. E não querem evitar porque é prejudicial em termos de IBOPE. Desgraça e morte chamam a atenção popular.

Além do que já disse, não vou ficar aqui apontando meios e medidas que devem ser inicializadas, mesmo pq não é a isso que me proponho. Só quero deixar meu protesto de que acho um absurdo nos deparármos com esse tipo de situação.

Td é uma pena! E, por hora, só nos resta vestir o luto!
BdeCastro.

O frenesi do consumismo

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pernas, pés, braços e mãos alucinadas. A loucura para comprar as tentações dos shoppings me era visivelmente notada numa certa tarde de sábado, em Fortaleza. Pessoas entrando e saindo, crianças chorando e pedindo. Tudo conspirava para mais um final feliz do comércio. Os preços, apesar de não emitirem nenhum som, nenhum ruído, faziam com que o alarde fosse maior, quase ensurdecedor. Mas os sujeitos ativos da situação sequer reparavam no entra e sai. Deliravam demais para se ocuparem com outras pessoas que também estavam ocupadas demais com os mesmos desafios de aquisição ao máximo em condições inacreditáveis de pagamento.
A cada segundo, o número de possíveis compradores aumentava e, proporcionalmente, o zunido também. Mais pessoas procuravam por ofertas e promoções de última hora para não saírem, pelo menos, sem uma ‘lembrancinha’ para o filho, sobrinho ou para elas mesmas. Os poucos que observavam ‘de fora’ e se davam ao trabalho de reparar na movimentação, só tinham duas opções: ou analisavam o frenético vai e vem, vez por outra dando risadas de determinadas situações, digamos, inusitadas, que facilmente são percebidas em locais de grande concentração; ou aderiam à moda de comprar, comprar e comprar. Mais uma vez tudo conspirava a favor do final feliz do comércio.
No início, era por volta de duas da tarde. Agora, já passava das cinco e a diversão de antes se tornava algo para ser observado com cautela. Eu continuei lá, na entrada do shopping, olhando e analisando alguns dos passos que corriam em direção às vitrines. Era engraçado, porque muitas vezes eu me via naquelas pessoas, loucas por tudo o que era possível de ser comprado, levado pra casa e mostrado a todo mundo. E me via não por acaso, mas por pura loucura minha também, que cansei de subir e descer escadas, entrar e sair de lojas com produtos-tentação. O tempo ia rapidamente e sempre que olhava no relógio me dava conta que tinham se passado várias horas desde que resolvi sentar ali para tentar descobrir o porquê de tanto alarde. Na última vez que olhei pro pulso, as horas marcavam quase nove da noite, e o frenesi continuava como se houvesse nada do lado de fora do shopping. As pessoas continuavam entrando e saindo com sacolas e mais sacolas na mão e sempre pedindo mais para si e para os acompanhantes.
Finalmente, a voz do além existente em todo shopping anunciou que as lojas seriam fechadas dentro de uma hora. E eu permanecia lá, de fora, só observando. E as pessoas disputando preços e melhores condições de compra. Como que mágica, os ponteiros alcançaram as dez da noite e, aos poucos, famílias inteiras, grupos de vários modelos e algumas pessoas solitárias saíam da grande estrutura de metal e concreto feita exclusivamente para que o verbo gastar se materialize. Todas ou grande parte com um olhar de satisfação e desejo quase saciado, mas sempre com o discurso de voltar depois para realizar mais ‘sonhos de consumo’. Eu, vendo que não dava mais para acompanhar o embalo e comprar o que restou, já que a famosa voz do além anunciou o fechamento do shopping, voltei pra casa. No caminho pensei: “e o comércio foi feliz para sempre...”.

BdeCastro.

Trocado abençoado

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ontem, o desfecho de uma cena me chamou atenção!

Estava eu no trânsito, esperando o sinal abrir, quando, de repente, um daqueles meninos com o rodinho na mão pra limpar o vidro do meu carro.

Não sou muito adepto a essa moda, mas decidi ver até onde a história ia. Bem...o tal garoto fez o serviço, veio em minha direção e logo pediu um trocado. Eu também deicidi ver até onde isso ia, e, pra minha surpresa, o gesto que o garoto fez me deixou a certeza de que tinha feito a coisa certa em dar aquele dinheiro.

Assim que colocou as moedas no bolso, o menino ergueu as mãos e fez o sinal da cruz em agradecimento pelo trocado recebido. O trocado que, pra mim, não tinha tanta importância, mas que pra ele era essencial.

Daí, eu fico pensando em tanta gente que tem tudo e só vive de reclamar. Reclama porque não comprou o cd do momento, reclama porque ainda não tem aquela calça que todos os colegas têm, reclama porque passou o fim de semana viajando, mas queria mesmo era estar em fazendo compras...Enfim, reclama de tudo simplesmente pelo prazer de reclamar.

Acho que o remédio pra essas pessoas seria um dia de trabalho duro no sinal com o rodinho na mão esperando o sinal abrir pra limpar o vidro dos carros alheios. Talvez dessa forma elas abrissem os olhos pra coisas mais importantes na vida - coisas que muitas vezes a gente não percebe, como a força que simples moedas têm na vida de outra pessoa.

Ainda bem que decidi dar os tais trocados. Ajudei alguém e vi que consegui mudar o destino do garoto. O problema é quando isso se torna um vício..., mas aí já é outra história.

BdeCastro.