Espelho.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Todo santo dia, ouço gente questionando o pq de Marcelo Dourado ser o favorito para ganhar o BBB 10, sendo que o cara vive envolto em polêmicas. Semanalmente, ele é tachado de preconceituoso, homofóbico e outras cositas más...

E, sinceramente? Me espanto quando as pessoas chegam com esse papo.
Para mim, a popularidade do lutador tem um motivo claro: a identificação.
O público se vê em Dourado, pq o moço está dando a cara a tapa falando o que muita gente tem vontade de dizer, mas falta coragem.

Marcelo expõe tranquilamente sua tatoo de suástica e diz q tem orgulho de ser hétero.
Qt ao símbolo na pele, tenho cá minhas dúvidas se quem está em casa sabe o q significa.
Mas, qt ao orgulho de gostar do sexo oposto...bom, aí só não enxerga quem não quer.
O grande juiz do BBB (como diz Pedro) vibra quando assiste o ex-vilão-agora-mocinho bater no peito e dizer que "não tem diva dentro de si" e "hétero não pega Aids".
E comemora tendo gays e gays dentro de suas próprias casas.

Apoiá-lo nos "paredões", é uma espécie de autoafirmação.
Dar o prêmio de R$ 1,5 milhão (alguém duvida?), então, tornou-se uma questão de honra para muitos.
Basta ver os comentários absurdos em prol de Dourado nos fóruns de discussões afora.
É cada justificativa!

Resumo da ópera: Marcelo Dourado é um espelho do pensamento coletivo tão preconceituosamente velado.
E tenho dito.

BdeCastro.

Na contramão

Vou falar de mim.
Algo estranho.
Afinal...diariamente, sou forçado a escrever sobre os outros. Mais precisamente sobre o que os outros dizem.
Mas vamos lá!

Faço isso hoje por culpa de Meryl Streep.
Isso mesmo.
A atriz hollywoodiana cutucou uma ferida minha ontem à noite.
Impecável como sempre nas suas atuações, ela usou Jane (personagem do filme "It's complicated") pra mexer comigo.
E conseguiu.

Saí do cinema pensando em como deixar minha "zona de conforto" pode me proporcionar o céu e o inferno.
Na verdade, mais o céu do que o inferno.
Então...pq não?
Por um "simples" motivo: medo.
E admito isso com um mínimo de constrangimento.
Sim...pq estaria mentindo se o negasse.
Mas enfim.

Falta a mim a "autopermissão" para viver.
Coisa que Jane fez após dez anos de nulidade.
Talvez...eu esteja nesse período de calmaria.
É...talvez.

Por isso, me sinto numa espécie de contramão do mundo.
Não que isso seja ruim.
Não mesmo.
Mas confesso: me incomoda um pouco.

Um dia, vou saber se é nessa contramão que quero permanecer ou se vou, enfim, deixar a tal zona de conforto.
Um dia.

BdeCastro.