A discografia

sexta-feira, 26 de junho de 2009

- 1972 - "Got to be there", Motown
- 1972 - "Ben", Motown
- 1973 - "Music & Me", Motown
- 1975 - "Forever, Michael", Motown
- 1979 - "Off the wall", Epic
- 1982 - "Thriller", Epic
- 1987 - "Bad", Epic
- 1991 - "Dangerous", Epic
- 1995 - "HIStory, past, present, future", Epic
- 2001 - "Invincible", Epic.

So...beat it!!

A nossa parcela de culpa.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Foi só Gilmar Mendes confirmar a inexibilidade do diploma de Jornalismo e a saraivada de críticas contra o STF começou. Os reclames partiram inclusive de mim. Porém, agora quero oferecer um novo ponto de vista para avaliarmos a questão. Mas deixemos algo claro: não retiro uma vírgula dos meus argumentos iniciais de que me sinto enojado do Brasil ter uma Suprema Corte tão cega.
Vamos à outra reflexão. Ao meu ver, nós, jornalistas - profissionais ou em processo de -, também temos parcela de culpa nessa afronta à democracia. E em alta cota. Digo isso porque os discursos sindicalistas em torno da defesa do diploma não são de agora. Eles já nos chegaram em diversas ocasiões e nos foi pedido diversas vezes que nos empenhássemos na causa para não termos direitos cassados.
Aí, pergunto: quantos produtores, repórteres, editores, chefes de redação, diretores, coordenadores de cursos universitários, estudantes e estagiários reproduziram o tom? Poucos. Muito poucos. Sempre que haviam manifestações, as pessoas fingiam que ouviam o convite. E só. Nas ruas mesmo, gritando, segurando faixas e distribuindo panfletos, somente figuras conhecidas como Déborah Lima (presidente do Sindjorce) e Cristiane Bonfim (secretária). Verdadeiras guerreiras.
A resistência da própria categoria em aprofundar o assunto sempre foi grande. E tudo por conta de uma cultura pobre de que sindicalista é radical em tudo. Certo que, em determinadas questões, é isso mesmo o que acontece. No entanto, no tema "regulamentação profissional" e diante da porrada do STF, a gente tem que ser extremista mesmo. Mas sem esquecermos que a defesa do diploma não é propriedade de sindicato. É dever de todo profissional.
Outra indagação: você, jornalista graduado ou estudante, pelo menos disse em alguma roda de conversas informais ser a favor da manutenção do diploma? Certamente, boa parte das respostas será "não". Ou, no máximo, um "sim" hipócrita para fazer de conta que está engajado na luta. Parto para essa argumentação porque já vejo muitos coleguinhas adotando essa postura.
Cansei de ver companheiros de redação se recusando em "grudar" no blazer simples adesivos com os dizeres "eu apóio o diploma". Cogitar a possibilidade deles vestirem a camisa do movimento, então, seria absurdo; quase um crime de quem queria a permanência da exigência. Logo, me vem à mente que chegar, sentar no altar e se eximir de culpa é muito fácil. Difícil é admitir que, se os inúmeros jornalistas de todo o Brasil tivessem pressionado mais o STF, a desregulamentação poderia não ter acontecido.
Agora, todos dizem "repudio a derrubada do diploma". Isso é unânime. Só resta saber quantos de fato foram às ruas endossar o coro dos sindicalizados e quantos estão querendo pegar carona numa onda de revolta só para "ficarem bem na foto" com os companheiros de bancada/empresa.
Sinceramente, tenho medo de descobrir o verdadeiro resultado dessa pesquisa. Talvez, muitos jornalistas nem tenham consciência do que significa essa derrocada. Talvez, nem valorizam o próprio diploma.
A apatia me revolta.
O conformismo também.

Precisa dizer alguma coisa??


E foi dada a largada para as piadas...

quinta-feira, 18 de junho de 2009


Então...vc encara o curso?

Você sabia??

Veja a composição do STF.

Nomeado por José Sarney:
Celso de Mello - nomeado em 1989 (nascido em 1945, pode ficar até 2015)

Nomeado por Fernando Collor de Mello:
Marco Aurélio de Mello - nomeado em 1990 (nascido em 1946, pode ficar até 2016)

Nomeados por Fernando Henrique Cardoso:
Ellen Gracie - nomeada em 2000 (nascida em 1948, pode ficar até 2018)
Gilmar Mendes - nomeado em 2002 (nascido em 1955, pode ficar até 2025)

Nomeados por Luiz Inácio Lula da Silva:
Antônio Cezar Pelluso - nomeado em 2003 (nascido em 1942, pode ficar até 2012)
Carlos Ayres Britto - nomeado em 2003 (nascido em 1942, pode ficar até 2012)
Joaquim Barbosa - nomeado em 2004 (nascido em 1954, pode ficar até 2024)
Eros Grau - nomeado em 2004 (nascido em 1940, pode ficar até 2010)
Enrique Ricardo Lewandowski - nomeado em 2006 (nascido em 1948, pode ficar até 2018)
Cármen Lúcia Antunes Rocha - nomeada em 2006 (nascida em 1954, pode ficar até 2024)
Carlos Alberto Menezes Direito - nomeado em 2007 (nascido em 1942, pode ficar até 2012)

Eis a mais alta corte do País: o STF.


Os ministros (da esquerda para a direita, de pé): Menezes Direito, Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Carlos Britto, Eros Grau, Cármen Lúcia e Antônio Fernando de Sousa (procurador-geral da República). Sentados: Ellen Gracie, Celso de Mello, Gilmar Mendes (Presidente), Marco Aurélio e Cézar Peluso (vice-Presidente).

Aos ministros do STF, meu repúdio

Estou enojado! Ouvir da (suposta) mais alta corte do País que o Jornalismo não é tão vital para a sociedade quanto a medicina ou a advocacia me deixou assim. E me sinto no direito de “minusculizar” o “c” para mostrar minha indignação contra um Supremo Tribunal Federal (STF) digno de pena. Ou melhor, digno de nada.

Derrubar a exigência do diploma para o exercício da profissão jornalística foi um golpe não aos comunicadores, mas à democracia brasileira. A obrigatoriedade existia há 40 anos e foi implementada justamente na Ditadura Militar, num período em que a liberdade de expressão era reprimida ao extremo. A cobrança do diploma passou a ser feita para termos qualidade no que era comunicado.

Agora, qualquer chefe de cozinha ou costureiro – com quem um dos ministros chegou a nos comparar – vai poder ocupar uma cadeira de redação, apresentar-se como repórter ou editor e escrever e publicar textos levando em consideração o critério que julgar conveniente. Nós, jornalistas profissionais, passamos a ser, como bem definiu o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Sérgio Murillo de Andrade, “um amontoado”. Saímos do status de categoria.

Todo o meu reconhecimento à relevância dos médicos, advogados, cozinheiros e costureiros. Porém, não me sinto diminuído pelo fato de não trabalhar com bisturis, livros gigantescos contendo artigos e referências jurídicas, panelas ou agulhas e linhas. Eu trabalho com letras. E letras que são colocadas em ordem a partir de técnicas específicas não só de gramática, como alguns argumentaram durante a votação, mas de peso noticioso. Técnicas essas aprendidas apenas no calor da universidade. No nosso ramo, é impossível a escrita ser empírica.

Falar que escrever bem é um dom e alegar que nomes como Clarice Lispector e José de Alencar são mitos da literatura mesmo sem um diploma de Jornalismo é argumento fraco. Afinal, escritor é escritor; jornalista é jornalista. Eles não têm a menor obrigação de serem verdadeiros. Ao contrário. Muitas vezes, criam histórias para poderem vender livros e terem o que comer. Nós, jornalistas, juramos compromisso com a veracidade dos fatos que levamos a público. E não há nada de inconstitucional nisso.

Inconstitucional deveria ser termos ministros que desconhecem a realidade do “fazer” Jornalismo e, ainda assim, sentem-se cheios de conhecimento de causa para dizerem que exigir diploma fere a liberdade de imprensa e contraria o direito à livre manifestação do pensamento. Para mim, isso cheira a discurso em defesa de interesses escusos. Em defesa dos ditames dos grandes patrões, que seguem a linha do “quanto mais o “profissional” for submisso, mais eu exploro e faço dele o que bem entendo”.

Não é razoável pensar que uma certificação de ensino superior por si só dita quem pode ou não se comunicar. Ela não tem esse poder. Nem nunca terá. Afinal, como os próprios ministros ressaltaram, a comunicação é um direito universal; absoluto. E é mesmo. Não estamos contestando isso. Contudo, é essa certificação que me credencia a expor meu pensamento de forma qualificada. A falta dela, certamente levará os futuros “repórteres” a portarem-se de maneira inadequada diante da reprodução dos fatos, como já vimos em sessão do STF magistrado dizendo para o outro: “saia à rua, ministro. Vossa Excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro”. Não é, Gilmar Mendes?

O jornalista profissional tanto é vital para a sociedade que os próprios ministros, quando têm a intenção de projetarem-se e autointitularem-se os arautos da moralidade , recorrem a nós para os colocarmos em grandes matérias. Ou então nos ameaçam por termos divulgado informações sigilosas que os expuseram a execrações públicas por suas ilicitudes.

Considero a medida uma falta de respeito a quatro décadas de luta; uma falta de respeito a figuras como a professora Adísia Sá, que tanto brigou pela implementação do curso de Jornalismo na nossa UFC e agora é apunhalada com esse golpe. Mais ainda, considero falta de respeito à população, que, em diversas pesquisas realizadas sobre o assunto, manifestou-se contra a derrubada do diploma.

Professora Adísia, à senhora, minhas estimas. Aos demais jornalistas do Brasil, meu consórcio de revolta. Ao povo brasileiro, meus desejos de que essa burrice um dia seja revertida por um Tribunal mais sério. Aos ministros do STF, meu repúdio. Sinto asco de Vossas Excelências. Como disse, estou enojado!

Bruno de Castro.
Jornalista Profissional.
E com orgulho de sê-lo.