Quando se dirigia a mim, chamava por Júnior.
Vai ver, me achava parecido com papai.
Subindo ou descendo a rua, estava sempre feliz da vida.
E era de verdade.
Dava pra sentir de longe.
Mas ela nem tinha motivos pra ser assim.
Pelo contrário.
De cinco anos pra cá, a vida vinha pregando tanta peça que o roteiro se encaixava mais num drama.
Um dramalhão.
Especialmente nos dias de hemodiálise.
Cada saída de casa e toque na maçaneta do hospital a deixava mais próxima da dona da foice.
Mas a gente sempre acreditava na reversão.
Ela, especialmente.
O problema é que, ao alimentar a crença, esquece-se de variáveis como a vontade do dono da forma.
É como se quiséssemos nos sobrepor a Ele.
Ledo engano.
Enxutas as lágrimas, fica a lição do sorriso...da alegria...do não esmorecimento.
Júnior ou Bruno.
Chame como quiser.
Daí de cima, Elisinha, a prece vale a qualquer um.
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Bruno de Castro.
ps: fico aliviado em saber que tuas dores cessaram.
Mas triste pela saudade.
Vá em paz!
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